16 November 2012

Drag Queen’s English


O termo Queens English, conforme definido no Conciso OED, se refere a “língua Inglesa como é corretamente escrita e falada na Grã-Bretanha”. Todo mundo sabe que a Rainha da Inglaterra, desde 1952, é Elizabeth II. Nem todas as pessoas, no entanto, estão familiarizadas com a Rainha dos Estados Unidos, Sua Majestade RuPaul.1 

E como uma Rainha Midas, RuPaul tem a habilidade de transformar tudo o que ela toca em Drag, incluindo a língua Inglesa. Em seu reality show, RuPauls Drag Race (Logo) – RuPaul & A Corrida das Loucas (VH1) no Brasil –, RuPaul tem apresentado ao público uma faceta peculiar do Inglês – um Inglês que muito caracteriza a essência da estranheza linguística, um Inglês que eu chamo Drag Queens English.


Embora o apresentador (RuPaul) de RuPauls Drag Race essencialmente falar o Inglês Americano, é a maneira como ele modifica algumas regras e afastar-se das normas da língua que traveste o Inglês – ou, como RuPaul provavelmente diria, ‘dragulate’2 o Inglês.


Como as características de estranheza linguística do Drag Queens English são muitas – e pretendo explorá-los em futuras postagems – esta postagem limita-se a mostrar como RuPaul ‘dragulate’ / traveste vocabulário Inglês.



Na primeira temporada, RuPaul parece bastante tímido para travestir vacabulário. A característica mais comum da ‘dragulation’3 é aplicada ao pronome de terceira pessoa He / Him. She / Her é usado nesse caso, por RuPaul, os competidores, juízes, e a maioria dos convidados, para referir-se tanto aos competidores come a RuPaul, quer estajam eles em Drag ou não. 

Durante a apresentação da passarela, imitando a palavra Extravaganza, RuPaul geralmente grita Eleganza! (elegance seria o normal em Inglês) E depois os competidores dublarem (lip-sync em Inglês), em vez de dizer “você ganha / você perde”, RuPaul diz o destino dos competidores com termos mais musicais: Chantey, you stay (Chantey, você fica) / Sashay away (Sashay você sai). 

Apenas uma vez, RuPaul usou Goils (em vez de Girls) – em “Somente entre nós goils” (ep. 04); Goils seria freqüentemente usado após esta temporada inicial.

Da segunda temporada em diante, foi que a ‘dragulation’ do vocabulário realmente acelerou. Um exemplo é She-mail, quando RuPaul anuncia “Você tem She-mail”. Também a partir da segunda temporada (ep. 07), RuPaul termina um conto de fadas com a conhecida frase: “And they lived draggily ever after.”4 (E viveram ‘em drag’ para sempre.)


A partir da terceira temporada, RuPaul troca o t pelo g na palavra Congratulations (Parabéns), e como o t pronuncia-se como d em muitos dialetos ingleses, os competidores vencedores são parabenisados com Condragulations

Outra palavra usada por RuPaul é Herstory (em vez de History). 

E quando RuPaul fala do tema língua Inglesa na terceira temporada, ele até brinca: “Here at RuPauls Drag Race we don’t just entertain. We edumacate.”5 Edumacate é uma palavra usada para brincar com o significado de ‘educate’.


A quarta temporada começou com “The big drag disaster of all time: the RuPocalypse…” (O maior desastre de todos os tempos: o RuPocalypse…) Outras palavras que apareceram foram Glamazon e Dragazines.6

A edição All Stars introduziu Shelarious e Shemergency.7

“Apenas neologismos”, você pode dizer..

Sou inclinado a afirmar que além de neologismos, tais palavras resumem um princípio natural de desvio (estranheza) operando na lingua. Parece evidente que a cada bem sucedida temporada do show, a medida que RuPaul aumenta sua auto-confiança também aumenta a freqüência com que tais palavras são usadas no show. Estranheza linguística aparece a medida que RuPaul se sente confortável. E esta é mais uma evidência que corrobora a hipótese de David Crystal de “que é normal ser estranho, quanto ao uso da lingua.”

Enquanto descrições do Queens English são geralmente encontradas em gramáticas prescritivas e dicionários normativos, descrições do Drag Queens English não estão tão facilmente disponíveis. Assim, em termos de Inglês, RuPaul e os competidores de Drag Race estão trazendo uma ótima contribuição para a audiência american em geral e sobretudo para aprendizes de Inglês em todo o mundo.

Glossário:

1. Rainha: Queen em Inglês também refere-se a um homem gay, ou a uma Drag Queen em particular. Assim, “Rainha dos Estados Unidos” aqui refere-se a RuPaul com uma Drag Queen do Estados Unidos.
2. Dragulate: transforma em Drag Queen.
3. Dragulation: transformação em Drag Queen.
4. …‘draggily ever after. A frase normal é And they lived happily ever after.
5. “Aqui no RuPauls Drag Race não só entretemos. Nós edumacate.” Edumancate seria algo com ‘Inducamos’.
6. RuPocalypse (RuPaul + Apocalypse); Glamazon (Glamour + Amazon); Dragazines (Drag + Magazines)
7. Shelarious (Hilarious); Shemergency (Emergency).


Confira esta postagem no original em Inglês Drag Queen’s English

10 November 2012

Um Caso de Estranheza em Inglês

Leeds (Merrion Centre)_2010


Até agora, a razão para o título deste blog – The Book is in the Tablet  – deve estar clara. O título não desvia de nehuma estrutura gramatical do Inglês, mas claramente se afasta da conhecida frase the book is on the table – frase com que muitos alunos de Inglês devem estar familiarizados. Só para ser minuncioso, você pode ressaltar que nós não temos realmente book em tablets, mas temos e-books; por isso, a sentença normal (lógica) devia ser o the e-book is in the tablet. Independentemente disso, este título funciona como um exemplo de desvio da conhecida frase que, como eu acredito, aprendizes de Inglês irão imediatamente captar.
“Então, é estranheza linguística ish 1.” Você pode dizer.
Na verdade, estranheza linguística não é um conceito bem preciso. Quando David Crystal escreveu “que é um comportamento lingüístico normal, na maioria das situações lingüísticas, se afastar do que é concebido como uma norma para aquele contexto”, ele realmente expressa isso em forma de uma hipótese “em sua forma mais forte possível” (1). Para provar sua hipótese, Crystal destaca alguns casos de comportamento lingüístico estranho que podem ser notados no cotidiano.
Eis um deles:
“Expressões bizarras” são sons que os falantes proferem em um momento de súbita emoção. Uma delas, observado por Crystal, é Shplumfnooeeahdito por um homem quando ele foi acidentalmente atingido por um cabo de vassoura. Expressões bizarras, como o exemplo dado, são variadas e complexas. Contudo, muitas delas são bem conhecidas e formalmente reconhecida em dicionários.
Doh! que Homer Simpson grita em The Simpsons (Fox), é um exemplo perfeito disso (Video). Boom! Boom! é outra expressão constantemente usada por Basil Brush (BBC) (Video). E quem pode esquecer o Yeehaw (também Yeehah) do tema tema Good Ol Boys de The Dukes of Hazzard (Os Gatões) (Video). Wahoo, Yahoo, Whoopee e Yippee estão listados no Conciso OED (Oxford English Dictionary) como uma expressão de “grande / selvagem excitação ou alegria”. Outras expressões listadas no OED são: Aargh (raiva, horror), aha / ho (triunfo, surpresa), hooray / hurrah (celebração), oh (alegria, decepção), oho (agradável surpresa), pooh (impaciência, nojo), wow / woowe (admiração, espanto).
“Strange ish” você pode dizer novamente.
Na verdade, Crystal affirma: “... Estranheza é Familiaridade.” Nós sempre podemos concordar que Shplumfnooeeah dificilmente é uma expressão que você ou eu iremos usar. Mas se ela se tornasse popular como o Yippie-ki-yay, motherfucker! que John McClane (Bruce Willis) diz em Die Hard (Duro de Matar) (Video), nós seriamos menos tímidos para gritar Shplumfnooeeah!
(1) Crystal, David. 1990. “Estranheza linguística.” Em Margaret Pontes (org.), Sobre Estranheza. SPELL, 5. Tübingen: Gunter Narr Verlag, 1990. 13-24. (Veja primeiro post).
Glossário:
1. ish é um sufixo adicionado a palavras para formar adjetivos – British (nacionalidade), girlish (com qualidades de girl), yellowish (com aparência de yellow), eightish o’clock (por volta das oito horas). Como carrega esse significado de dar uma qualidade, ish é frequentemente usado separadadmente em fim de uma frase para dar a frase um sentido não preciso. Por exemplo: I liked him ish (Eu gostei dele mais ou menos).

Confira esta postagem no original em Inglês An Instance of Strangeness in English

3 November 2012

Estranheza Lingüística em Inglês


Leeds (South Parade)_November 2011

Como um aluno de Inglês eu sei que uma das principais preocupações de um aprendiz de Inglês como língua estrangeira é a seguir as regras do Inglês Padrão corretamente. No entanto, um aspecto do Inglês que os aprendizes geralmente não conseguem perceber é que os usuários nativos de Inglês normalmente se afastam das normas da Língua Inglesa.
“Ah, don’t tell porkies!” e “Stop porky pieing me…” são frases que a apresentadora de reality tv Kim Woodburn regularmente profere em How Clean is Your House? (Channel 4).
Nestes exemplos Ms Woodburn utiliza o “rhyming slang” 1 - uma forma de slang definida em a Concise Oxford English Dictionary, como um tipo de gíria que substitui palavras com palavras ou frases que rimam.” No OED (Oxford English Dictionary), as palavras porkies e porky pie são formalmente definidas - sob a palavra porky - como “British Rhyming Slang (para) uma mentira.” Eu acredito que Rhyming Slang em Inglês seja amplamente conhecido pelos alunos de inglês presentemente.
Infelizmente, o uso de Rhyming Slang em inglês dificilmente representa o quão comumente e diversamente falantes e escritores da Língua Inglesa se afastam do que é normalmente esperado em Inglês. David Crystal, eminente lingüista Britânico e autor de The Cambridge Encyclopedia of the English Language, identificou este tipo de uso da língua como “estranheza lingüística”.
Em seu artigo Estranheza Lingüística (1990) Cristal escreveu: “é um comportamento lingüístico normal, na maioria das situações lingüísticas, se afastar do que é concebido como uma norma para aquele contexto.” Por “norma”, Crystal esclarece, ele quer dizer a “o tradicional, uso da maioria, intuitivamente desejado e potencialmente mensurável”. Embora Crystal fale de ‘estranheza’ em termos de língua em geral, ele na verdade cita exemplos que ele observou de contextos do cotidiano em Inglês especificamente.
Nesta postagem inaugural, vou me restringir de discutir a complexidade do conceito de “estranheza lingüística” como definido por Crystal. No entanto, aqueles que lêm este blog estão convidados e são bem-vindos a expressar seus pensamentos gerais ou conhecimento informado sobre o assunto. As seguintes postagens deste blog trarão exemplos de estranheza em Inglês mencionados por David Crystal e exemplos que eu mesmo observei.
Também, por favor, sinta-se livre para compartilhar exemplos de estranheza em inglês que você pode ter percebido. 

Seja bem vindo e assine!
Glossário:
1. Também conhecido como Cockney Rhyming Slang, é um tipo de gíria que substitui a palavra esperada com outra palavra (on nome próprio que rima). Em “I don’t have a Scooby-Doo” por exemplo, a nome Scooby-Doo substitui Clue (pista).
Confira esta postagem no original em Inglês Linguistic Strangeness in English